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Título: Partição do carbono planctônico na cadeia trófica clássica e na rede trófica microbiana em um lago de planície de inundação da bacia do rio madeira (Amazonas)
Autor(es): Feitosa, Ivan Brito
Palavras-chave: Planície de inundação
Vírus
Picoplâncton autotrófico
Bactérias heterotróficas;
Nanoflagelados heterotróficos
ciliados
Fitoplâncton
Metazooplâncton.
Data do documento: 2014
Editor: FEITOSA, I. B. Partição do carbono planctônico na cadeia trófica clássica e na rede trófica microbiana em um lago de planície de inundação da bacia do rio madeira (Amazonas). 2014. 66 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente) - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PGDRA), Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, 2014.
Resumo: A estrutura e o funcionamento de comunidades planctônicas são importantes em ambientes aquáticos, por exercerem diferentes papéis nos ecossistemas, estando intimamente ligadas ao fluxo de matéria e energia através de suas múltiplas interações. Tradicionalmente, as comunidades planctônicas têm sido analisadas levando em conta principalmente a cadeia trófica clássica (fitoplâncton, zooplâncton e peixes). No entanto, o ambiente planctônico tem também outros componentes como vírus, picoplâncton autotrófico, bactérias heterotróficas e protozoários, os quais integram a rede trófica microbiana, também importante no fluxo de carbono e na ciclagem de nutrientes. Dadas as maiores temperaturas e a consequente maior necessidade de energia para preencher seus requerimentos, a rede trófica microbiana tem sido assinalada como mais relevante nos trópicos que em regiões temperadas. No presente estudo foi testada a hipótese de que o conteúdo de carbono das frações relativas à rede trófica microbiana sejam mais importantes que aquelas relativas à cadeia trófica clássica em um lago tropical. O objetivo deste estudo foi então: i) analisar a partição do carbono entre os componentes planctônicos (de vírus a zooplâncton); e ii) compreender as relações dessas frações entre si e com as condições ambientais. Para tanto o estudo foi desenvolvido no lago Puruzinho, Amazonas, Brasil (07º21’09.6¨S; 63º04’52.8¨W), conectado por um longo canal ao rio de águas brancas Madeira ao longo de um gradiente longitudinal. Amostras de água foram coletadas em triplicata em dez estações de amostragem sendo seis estações no lago e quatro no canal, em períodos de águas baixas (outubro de 2013) e de águas altas (abril de 2014). O conteúdo de carbono na biota planctônica foi quantificado para vírus, picoplâncton (bactérias heterotróficas + picoplâncton autotrófico), protozooplâncton (flagelados heterotróficos + ciliados), fitoplâncton e macrozooplâncton. Foram também analisadas variáveis climatológicas (precipitação e temperatura do ar), hidrológicas (nível hidrométrico do rio Madeira e profundidade do lago Puruzinho), físicas (transparência da água), nutrientes (fósforo e nitrogênio totais, nitrogênio orgânico total, fósforo solúvel reativo, nitrato, nitrito, amônio) e formas de carbono (carbono orgânico dissolvido, carbono orgânico total, carbono orgânico particulado). Para visualizar a formação de possíveis padrões temporais das variáveis estudadas, realizaram-se análises de ordenação (Componentes Principais) e de agrupamento (Cluster). As diferenças entre médias das variáveis analisadas entre os compartimentos e períodos do ciclo hidrológico foram identificadas através de teste não paramétrico (Kruskal-Wallis). As relações entre as frações de carbono nos componentes planctônicos entre si e entre elas e as condições ambientais foram avaliadas através de regressões lineares simples. A força da relação entre os componentes planctônicos foi avaliada pelo coeficiente de determinação (r2adj). Os dados mostraram que o carbono na microbiota total variou de 171,9 a 546,1 gC/L-¹, sendo as maiores concentrações encontradas no período de águas baixas, com dominância da fração fitoplanctônica, seguida de bactérias heterotróficas e ciliados. Nas águas altas, no entanto a fração dominante foi a de bactérias heterotróficas, seguida de fitoplâncton e ciliados. Em ambos os períodos, vírus, picoplâncton autortrófico, nanoflagelados heterotróficos e macrozooplâncton apresentaram os menores estoques de carbono, se comparados aos demais componentes do plâncton. Os resultados indicaram também que, nas águas baixas, a rede trófica microbiana e a cadeia clássica ocorreram em biomassas similares, mas em águas altas houve o predomínio da primeira. As interações tróficas reveladas pelas regressões lineares mostraram que o macrozooplâncton foi potencialmente controlado pelo fitoplâncton e este, por sua vez, regulado pela luz. Embora não tenha havido relações significativas com o fósforo solúvel 11 reativo (P) no conjunto de dados, suas concentrações reduzidas nas águas baixas no lago Puruzinho apontam para um controle do fitoplâncton por P nesse período. Já na rede trófica microbiana, foi encontrado um maior número de interações dos componentes planctônicos entre si e desses com o meio abiótico. Por exemplo, nanoflagelados heterotróficos foram controlados por ciliados e que aquela fração controlou bactérias heterotróficas, picoplâncton autotrófico e vírus. Bactérias heterotróficas aumentaram com as concentrações de carbono orgânico dissolvido e ocorreram em águas mais transparentes e menos enriquecidas. Ciliados também foram dependentes das biomassas de fitoplâncton, provavelmente de organismos de menor tamanho, e ocorreram em menores teores de fósforo total na água. Por fim, o picoplâncton autotrófico que, conforme esperado, foi mais abundante em águas com menores teores de nitrogênio e fósforo totais, parecem ter sido, também, controlados por vírus. Assim, foi verificado que o fitoplâncton, bactérias heterotróficas e ciliados foram as frações mais importantes em biomassa no plâncton do lago Puruzinho, sendo nossa hipótese confirmada com maior importância da rede trófica microbiana nas águas altas, mas com um compartilhamento desta com a cadeia trófica clássica nas águas baixas.
Descrição: Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (PGDRA), na Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. Orientador(a): Prof. Dr. Wanderley Rodrigues Bastos.
URI: http://www.ri.unir.br/jspui/handle/123456789/2080
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (Dissertações)

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