Avaliação em educação física escolar: teorias, métodos e instrumentos utilizados por professores da rede pública municipal de Porto Velho

Abstract

No campo da Educação Física escolar, a avaliação da aprendizagem com características humanistas têm despertado interesse de estudiosos e pesquisadores, sendo motivo de intensos debates com a finalidade de engendrar novas perspectivas teórico-metodológicas e instrumentais. Assim sendo, o objetivo foi analisar em que medida estão sendo empregadas as teorias, os métodos e os instrumentos de avaliação nas práticas pedagógicas dos professores de Educação Física escolar, que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas do Município de Porto Velho-RO. Para tanto, a metodologia empregada foi pesquisa de campo, de abordagem qualitativa e descritiva-exploratória, realizada em dois momentos distintos. No primeiro momento, utilizou-se como instrumento um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, construído a partir da plataforma Google Forms e o link gerado foi enviado por e-mail e/ou WhatsApp juntamente com o TCLE que foi assinado por trinta professores de Educação Física. No segundo momento, optou-se por entrevistar treze professores de Educação Física de sete escolas do município, de forma presencial e/ou por chamadas de vídeos no WhatsApp. Foi utilizada a análise documental, descritiva e de conteúdo, nos termos de Bardin (2016). Os resultados indicaram que os professores de Educação Física escolar têm uma formação tanto inicial quanto continuada incipiente em relação à avaliação, não se apoiam na teoria humanista para orientar as práticas avaliativas ou não avaliam. Não utilizam métodos ou instrumentos de avaliação em suas práticas pedagógicas, posto que, nas escolas nas quais exercem a docência não há exigência ou obrigatoriedade em avaliar os alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Durante a pandemia da COVID-19, as aulas de Educação Física escolar foram realizadas de forma online (WhatsApp) e, somente pela perspectiva das práticas corporais e do movimento, no entanto, em relação a avaliação nada mudou nesse período, uma vez que, anteriormente não eram utilizados métodos ou instrumentos para avaliar o processo de ensino e aprendizagem, nesse período não seria diferente. Nas considerações finais, evidenciou-se que a prática pedagógica dos professores de Educação Física escolar possui fortes indícios de uma prática avaliativa informal, quando realizada, conservadora, mecanicista e de viés esportivista. Inegavelmente, uma prática avaliativa acrítica, excludente e classificatória, apresentando ainda resquícios históricos, conceituais e instrumentais da pedagogia tradicional e das práticas mecânico-burocráticas – muito distante de uma avaliação diagnóstica, formativa e de perspectiva humanista. Portanto, ao longo da jornada docente, na construção das ações pedagógicas e na mobilização dos saberes dos professores em relação às práticas avaliativas no campo da Educação Física escolar não houve avanços, há indicativo de estagnação e descontinuação.