As marcas da memória e da identidade na imigração judaica da região amazônica: literatura e história

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar as obras Barracão (1959) e Uma Grande Mancha de Sol (1951), ambas da fase inicial da produção da Autora paraense Sultana Levy Rosenblatt, tendo como foco a construção das marcas da memória e da identidade nos processos imigratórios judaicos na região amazônica. A pesquisa parte da hipótese de que a leitura conjunta das duas obras abre possibilidades de compreensão não só da literatura produzida pela Autora, mas também da sua contribuição à história amazônica, ao remontar espaços e costumes do norte do país, em uma época em que pouco se falava dessa região. O processo de rememoração e escrita serve também para apresentar as características, a linguagem e os espaços presentes entre as décadas de 1930 e 1940, além disso, propomos uma discussão sobre o judaísmo e seu processo imigratório para a região norte, analisando de que maneira essa população foi recebida e como desenvolve a partir desse novo cenário suas histórias de vida. Para tanto, foi realizado um diálogo interdisciplinar entre os romances e os registros históricos; esta pesquisa recorreu aos estudos críticos de teóricos da história como Pesavento (2013); Chartier (2009); Benchimol (2008), Tocantins (1976), e, para a análise das obras utilizamos da crítica literária com Cândido (2006); Ricouer (2007) e Sarlo (2007) entre outros.