Proposta de métrica de aferição da produtividade de teletrabalho da Universidade Federal de Rondônia

Abstract

O teletrabalho pode ser entendido como uma modalidade de trabalho na qual as atividades são executadas fora do ambiente físico de uma organização (ALLEN; GOLDEN; SHOCKLEY, 2015). O termo surgiu nos anos 1950, no trabalho de Cibernética de Norbert Wiener (SERRA, 1995). No final da década de 1970, o teletrabalho era visto como o futuro, e sua implantação em larga escala era prevista para o final da década d iniciou em 1997, sendo reconhecido como um regime de trabalho em 2017 (GOULART, 2009; aumento da produtividade do trabalhador é um dos fatores mais importante para as organizações que estudam implantar o teletrabalho. Portanto, o presente estudo teve como objetivo propor uma métrica de aferição de produtividade do teletrabalho no âmbito da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Quanto à metodologia, a presente pesquisa se caracteriza como descritiva e aplicada. Quanto aos procedimentos, trata-se de um estudo bibliográfico e documental, que seguiu uma abordagem quali-quantitativa. Com o universo de 69 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), esta pesquisa alcançou uma amostra de 62 instituições, o que representa aproximadamente 90% das IFES brasileiras. Como resultado, foi identificado que cerca de 37% das IFES aderiram ao teletrabalho, sendo que mais de 55% das instituições utilizam o Programa de Gestão e Desempenho versão SUSEP (SISPG). Por meio da técnica de Ranking Médio (RM) em uma escala Likert de 5 pontos, o resultado apontou que os benefícios: flexibilidade da jornada e dos horários de trabalho; aumento da motivação do servidor; melhoria na qualidade de vida; e redução dos custos operacionais obtiveram maior grau de concordância, enquanto que os desafios: controle do trabalho pelo teletrabalhador e pela chefia; distração com atividades domiciliares; aumento de custos com água, luz e equipamentos para o trabalhador; problemas relativos à segurança de dados internos; custos para aquisição dos equipamentos necessários; dificuldade em controlar o desempenho do trabalhador; ausência de infraestrutura adequada; dificuldade na coordenação dos trabalhadores; ausência de integração entre os colegas e chefia; dificuldade de adaptação e isolamento social; dificuldade na organização e coordenação do trabalho; e indisponibilidade dos trabalhadores em momentos específicos, obtiveram graus de concordância superiores a três. Para o desenvolvimento da métrica proposta neste trabalho, utilizou-se a efetividade como proxy de produtividade, que por sua vez foi baseada na eficiência e na eficácia obtidas a partir de outputs disponibilizados pelo SISPG, por meio da aplicação de fórmulas matemáticas. Visando a implantação da métrica, apresentou-se três cenários: realizar uma parceria entre a UNIR e a SUSEP para incorporar a métrica diretamente no sistema; desenvolver um Programa de Gestão e Desempenho (PGD) próprio que contenha a métrica; e desenvolver um sistema dedicado a aferir a produtividade por meio dos outputs presentes no SISPG. Diante dos desafios, propôs-se o terceiro cenário. Por fim, elaborou-se o Produto Técnico Tecnológico (PTT) desta pesquisa, que consiste em uma métrica de aferição da produtividade do teletrabalho, que poderá ser utilizada como base para o planejamento e aprimoramento do serviço público.