Análise de Suscetibilidade à Inundação Utilizando o Modelo HAND em Bacias Urbanas do Município de Ji-Paraná/RO

Abstract

O aumento da ocorrência de eventos extremos em consequência das mudanças climáticas trouxe, nas últimas décadas, a intensificação dos eventos de inundação. Como alternativa, o mapeamento de áreas suscetíveis a inundação busca prever as regiões que podem ser atingidas e assim mitigar os efeitos negativos perante a população. Em vista disso, o estudo buscou caracterizar morfometricamente as bacias urbanas do município de Ji-Paraná/RO e modelar as suas respectivas áreas com maior suscetibilidade à inundação. Para tanto, a área de estudo foi divida em 15 microbacias urbanas, delimitadas com auxílio do Software QGIS. Os índices morfométricos caracterizados foram a densidade de drenagem, coeficiente de manutenção, extensão do percurso superficial, fator de forma, índice de circularidade, índice de compacidade, índice de sinuosidade, gradiente do canal principal e relação de relevo. A modelagem de suscetibilidade à inundação foi realizada a partir da álgebra de mapas e as variáveis utilizadas foram o padrão de relevo, altitude, e o Height Above the Nearest Drainage – HAND. Para a validação da carta de suscetibilidade foram utilizados os dados dos bairros em que a população contactou a defesa civil de Ji-Paraná na cheia do rio machado no ano de 2022 e o arquivo shapefile das áreas suscetíveis a inundação em Ji-Paraná gerado pela Companhia de Serviço Geológico do Brasil – CPRM. Os resultados apontam que as bacias urbanas de Ji-Paraná apresentam características distintas em relação à rede de drenagem e ao comportamento dos cursos d’água, com a tendência em ter o formato alongado e baixa pressão em relação à erosão fluvial. As microbacias do Igarapé Inominado 2, Igarapé Pintado e Igarapé Riachuelo apresentaram maior porcentagem de suas áreas com suscetibilidade muito alta à inundação, sendo 6,67%, 6,38% e 5,72% de suas áreas respectivamente. A bacia do Igarapé Água Doce foi que apresentou maior porcentagem de área com suscetibilidade muito alta e alta à inundação. Os dados da defesa civil corroboram para os resultados encontrado nas bacias dos Igarapés Pintado, Riachuelo, Água Doce e 2 de Abril. Na sobreposição do dado da CPRM com a área suscetível a inundação modelada foi possível observar concordância com as áreas identificadas suscetíveis a muito alta e alta inundação, no entanto, foi possível observar superestimação nas áreas com médias suscetibilidade à inundação. Portanto, a metodologia utilizada mostrou-se viável para identificação das áreas suscetíveis a inundação por requerer poucos dados de entrada e ser uma metodologia de baixo custo.