Avaliação da cultura de segurança do paciente a partir da perspectiva dos profissionais de saúde de uma instituição hospitalar do norte do Brasil

Abstract

A Cultura de Segurança do Paciente é considerada uma forma de melhoria dos processos assistenciais e de qualidade. Para que isso ocorra, ela deve tornar-se um valor interiorizado em cada profissional da organização de saúde. No estudo, obteve-se como resultado para cultura de segurança, 142% ou seja, uma cultura positiva. Nele, objetivou-se levantar as notificações e analisar a percepção dos profissionais de saúde sobre a cultura de segurança em um hospital de atendimento especializado em doenças infectocontagiosas do Norte do Brasil. Para analisar a percepção dos profissionais, foi realizada uma pesquisa quantitativa de levantamento de dados a partir da aplicação de instrumento Hospital Survey on Patitent Safety Culture (HSOPSC) para mensurar a cultura de segurança do paciente em organizações de saúde hospitalares. Os participantes da pesquisa foram 210 profissionais de saúde que interagem diretamente com os pacientes internados, após o cálculo amostral: n = [N.Z².p (1-p)]/[Z².P.(1-P)+e².(N-1)], = 119, considerando o percentual de perdas o qual pode ser de 10% a 15% , tendo chegado então a 120 questionários respondidos. Após a coleta dos dados, observou-se que relativo à cultura de segurança em relação ao trabalho em equipe 57% acreditam que na unidade as pessoas apóiam umas às outras; quanto ao aprendizado organizacional 63% têm receio de que seus erros sejam usados contra eles e 83% acreditam que estão sendo realizadas ações para a melhoria da segurança do paciente no hospital. No aspecto em que se avalia o trabalho, 66,7% se consideram sobrecarregados de atividades possivelmente pela falta de servidores para compor a equipe de forma satisfatória; com relação à percepção geral sobre a segurança do paciente 74% afirmam que na unidade há problema com a segurança do paciente; na percepção sobre a comunicação dos eventos relacionados à assistência à saúde, 80% consideram que possuem liberdade para falar ao ver algo que pode afetar negativamente o cuidado ao paciente. Quanto a frequência de eventos relatados de acordo com tipo de ocorrência, 55% consideram que os erros são percebidos e corrigidos antes de causar dano ao paciente. Quanto a nota atribuída ao Núcleo de Segurança (NSP) 45% a 48% consideram como regular e muito boa; quanto ao preenchimento das notificações na unidade 46,7% nunca preencheram nenhuma notificação. Logo, foi possível concluir que há uma cultura de segurança do paciente, de forma geral, positiva; no entanto, há fragilidades como número reduzido de profissionais e possível falta de feedback quanto às providências tomadas pelo NSP após a notificação de um evento adverso. No entanto, acredita-se que o cenário de segurança na instituição estudada pode ser melhorado com auxílio da educação permanente com aprendizagem significativa.